Arrogância Quebrada
João Neto desde infância pensava que não seria como o seu pai, sempre abaixando a cabeça para tudo que mãe dizia ou fazia, com ele as coisas seriam diferentes. Foi mesmo. Ao entrar na adolescência, sua mãe chama sua atenção por ter agredido uma professora, apanhou dele. Essa foi à primeira de muitas surras que deu em seus pais, tanto o pai como sua mãe apanhava dele, para não prejudicá-lo, inventavam desculpas para os outros filhos. Namoradas, também não escaparam, ao casar, bateu na esposa ao ponto de levá-la para o hospital, não quis denunciá-lo, pediu a separação.
Assim foi com todas as mulheres que teve, até o dia que conheceu Ivone, a achou linda, corpo escultural, ficou louco para tê-la em seus braços, tanto fez como tanto fez que acabou conquistando-a. Como era muito arrogante, não prestava atenção no que ela dizia, pensava apenas, “ vou casar para ser o seu dono, se me aborrecer quebro a cara linda tem, como sempre fiz”, casou.
Ao chegar tarde após uma noitada com os amigos, ouviu reclamação, partiu para cima dizendo comigo não, em mim mulher não manda. Desvia do golpe dele com uma agilidade incrível, em resposta ao seu ataque leva uma cotovelada bem dada, deixando-o sem ar. Respira fundo, tenta outro ataque de fúria, tomando um chute na cara, apanhou feio da esposa.
Tudo que havia batido a vida toda apanhou naquele dia. Ao acabar com ele ouviu: Em mim nem você nem outro homem bate, se tivesse prestado atenção no que eu dizia saberia disto, saberia que sei lutar que aprendi defesa pessoal. Ele saiu daquele casamento desmoralizado, machucado, ela saiu linda, maravilhosa como sempre. Chegou ao trabalho dizendo serviço feito, mais um covarde bater em idosos e mulheres fora de circulação. Mas um que aprendeu a lição. Que trabalho era o dela? Ninguém sabia, podia ser uma policial como uma caçadora de valentões. A conclusão fica a critério de cada um.
Lucimar Alves