Eclipse do amor
Há milhares de ano, surgiu um amor impossível. Talvez, o primeiro amor impossível do universo. Depois de muito tempo vivendo sozinha na imensidão do universo, a Lua se apaixonou pela Sombra da Terra. Um satélite e uma sombra certamente não dariam certo. O encontro demorava a acontecer e não durava tanto tempo quando ocorria, mas a Lua se apaixonou. A Sombra da Terra, que vagava pela imensidão, também se apaixonou pela iluminada Lua.
Um dia, a Lua confessou para a Sombra que o brilho que havia nela, não era dela, na verdade. A Sombra não se importou e confessou que só existia devido a Terra e ao brilho do Sol, também. Foi aí que a Lua sorriu, num eclipse parcial. Tinham coisas em comum e amavam ter a companhia uma da outra. A vida costuma ser bem solitária no universo, mesmo com tantos astros, poucos são os que se relacionam.
Apaixonaram-se, mas raramente se encontravam e dependiam de outros fatores para manterem o relacionamento funcionando.
Depois de tantos anos, a Lua continua apaixonada pela Sombra da Terra e ambas anseiam, diariamente, por seus reencontros. Reencontros esses que muitos habitantes da Terra também anseiam. Olham pro céu admirando o Eclipse, enquanto a Lua e a Sombra da Terra se beijam.