A despedida.
Fui vê-lo
não imaginei que fosse a última.
Contei casos.
Ele pouco respondia.
Senti pela voz arrastada
uma ponta de arrependimento
dos anos de nicotina jogada no pulmão.
Antes de sair ainda me mostrou suas mãos:
unhas amareladas,
e as pontas dos dedos cianóticas.
-Olha isso?
Disse ele.
-Vai passar.
Respondi.
Saí minutos depois
sem querer acreditar
que era uma despedida.