A Casa Solitária no Lago Werner(8)

Na solitária e esquecida casa dos Warner no lago Werner havia um clima de mistério e superstição. Eram tantas as histórias que contá-las seria uma tarefa cansativa, mas a casa simplesmente não repousava no imaginário popular. Claro que era uma casa que em havia acontecido um crime no século XIX, exatamente no ano de 1839. A polícia não conseguira capturar o assassino. E a investigação cessara depois de uma semana. A última história que o povo contava sobre a casa do lago Werner era que uma alma habitava ali e que de noite se ouvia longos gemidos e as portas batendo. Certo homem chamado Nathan decidiu alugar a casa por uma semana para ver se os boatos eram realmente verdadeiros. Na primeira e segunda noite, nada acontecia. Na terceira e quarta ele começou a ouvir barulhos vindos do sótão. Na quinta e sexta ele procurou achar algo escrito na casa sobre as assombrações, mas nada achou. No último dia ele desceu ao sótão. Era um sótão na parte de cima da casa, com um telhado ainda em estado preservado, feito totalmente de madeira de cedro e banhado levemente pela luz que vinha da janela que ficava no canto esquerdo da parede. O resto do sótão eram caixas, estátuas, e outras quinquilharias. Lá, ele achou em um canto que estava perto de uma porta um homem deitado em uma cama. O homem estava dormindo. Nathan não acreditava que realmente estava acompanhado na casa o tempo todo, e que ninguém lhe avisara nada. Seu choque era comparável a sua curiosidade em saber quem era, e com certeza teria mesmo que questionar o sujeito. Ele acordou o sujeito, e o interrogou o que fazia naquela casa, o sujeito que não era agressivo, contara sua história, que era um homem que havia perdido tudo, mas que era amigo do dono da casa, e que o dono o deixara ficar, mas que ele não fizesse muito barulho pela casa. Ele não conseguiu não causar na casa certos barulhos, e logo a fama da casa como mal-assombrada crescera. Nathan achara a história um pouco confusa, mas aceitara. O sujeito lhe perguntou o que faria agora que sabia que a casa não era mal-assombrada, e no começo Nathan não sabia se devia contar. Seria justo que as pessoas parassem de inventar histórias ridículas sobre a casa, mas ao mesmo tempo ele não queria desmanchar o que o dono da casa havia feito, que era proteger esse homem que tudo perdera. Ele decidiu não contar nada, e também porque a ideia que a casa era mal-assombrada estava muito presa no imaginário das pessoas. Foi embora em dois dias, e a casa continuava com suas histórias de que havia todo tipo de criatura lá, enquanto o homem usufruía seu tempo no sótão da casa.

Martin Schongauer
Enviado por Martin Schongauer em 14/10/2018
Reeditado em 18/10/2021
Código do texto: T6476091
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