Pequena Rapsódia

Essa vida real

Não tem nada de fantástico

Sem ter liberdade

Nasci de uma família pobre de camponeses em busca de subsistência, com muitos irmãos sem rumo a não ser condenados a vida do campo. Querida mãe, que sacrifício tinha por nós, mesmo nesta carta tão simplória, não será minha intenção te fazer chorar.

É tarde demais, por isso... Hoje os ventos assopram anunciando, é chegada a minha hora de despedir, será que o gosto da morte é o mesmo que o da libertação?

Apunhalei o tirano em seu peito, e bradei: "viva a liberdade!". A multidão sem saber o que havia acontecido, apenas viu o rei sangrar. Por isso não pedirei perdão ou misericórdia daqueles que vão me julgar, a não ser por ti mãe, o futuro que esperava, agora nada realmente importa pra mim.

Se queres saber o motivo, foi justamente por vingança, se os governantes usam contra nós suas armas de fogo e qualquer força, nada mais justo um punhal como justiça.

Já vejo a silhueta do guarda aproximando, tenho que deixar todos vocês para trás, tenho que encarar as consequências - às vezes pensei em nunca ter nascido. Nada mais importa, observo um pedaço do céu, e uma leve brisa... Em minhas últimas palavras pretendo repetir a imorredoura ideia que persiste: viva a liberdade!