SUSPENSE NO SHOPPING CENTER

.

A origem desse miniconto reside, provavelmente, nos filmes de Hitchcock que estou reassistindo nesses dias. Ontem fui dar um cochilo e vi exatamente a cena, que passo a descrever, durante um sonho que durou menos de trinta segundos. Acredite quem quiser...

Estamos num grande Centro comercial norteamericano na véspera do feriado natalino. Todas as lojas e os departamentos estão lotados de clientes fazendo suas compras. Muito movimento e luzes coloridas pra tudo que é canto. Apesar da época invernal, os fregueses vestem roupas leves, provavelmente a ação se desenvolve na Califórnia.

Num escritório situado no primeiro andar, um padre capuchino, atrás duma janela interna da qual se podem controlar os grandes corredores do shopping, aponta para um pequeno grupo de pessoas.

Um oficial de polícia, fardado, que lidera um pelotão de homens à paisana e se comunica com eles mediante walkie-talkie, pergunta ao padre:

- Padre Flanagan, o senhor tem certeza que se trata mesmo de Harry Samarone?

- Sim, senhor oficial, é ele, o reconheci perfeitamente!

O policial comunica pelo rádio com seus agentes descrevendo a posição e a aparência do réu. Os homens se aproximam disfarçadamente de um indivíduo encorpado, barba mal feita, olhar turvo e suspeito, que, perto de um caixa, está vendendo bilhetes de loteria.

- Fique tranquilo, padre. O meliante não tem como fugir. Mas o que é que ele fez mesmo dentro do convento? Arrombou o cofre?

- Não, senhor, fez pior! O irmão Samarone desconfiou que Cristo fosse realmente o Filho de Deus!

“Não sou contra a polícia; só tenho medo dela.”

(Alfred Hitchcock)

Esse texto se encontra também o meu E-book intitulado: "Artigos, Contos & Textos de Humor" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 06/08/2018
Reeditado em 18/10/2019
Código do texto: T6410988
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.