PROVA FINAL
Pressão na escola, aluno querendo passar. A diretora já disse para ninguém ficar reprovado. Aos 45 anos, ainda solteiro, mora com os pais doentes. A cuidadora de idosos abandonou o emprego furtando o dinheiro que restava. Ligou o carro para ir trabalhar, dia da avaliação final na escola. O motor continuava silencioso. Ligou mais duas vezes, nada. Quando abriu a porta percebeu o piso da garagem se abrindo. Fechou-se no veículo e esperou. Sentiu quando a abertura chegara aos pneus. Iria ser tragado pela terra. Era tudo que ele sempre desejou. Que a terra o absorvesse, desaparecesse com ele. Só lamenta não ter a oportunidade de apertar o botão que acionaria as bombas em seu corpo com a sala cheia de alunos de provão. Seus pais não sentirão falta dele. Não pela amnésia da mãe. Mas por causa do veneno letal que ele aplicou nos dois antes de sair.