SEGREDOS DA VIDA... Antônio Cesar e Maria Bela
Antônio César.
Um famoso empresário. Fez fortuna aos 30 anos. Viajou por muitos lugares, conhecido ele era de grandes políticos importantes. Nunca lhe faltou mulheres, muito menos patrimônio. Aos sessenta e três anos de idade, ele se preparava para mais um Cruzeiro pelos mares do Atlântico.
Saindo pela porta de um hotel de luxo em Ipanema, Antônio avistou duas crianças brincando na rua. Eram dois meninos que passavam, catadores de lixo, que fizeram das latinhas de refrigerante um brinquedo divertido. Antônio parou e observou as crianças por alguns minutos, depois pediu para o seu motorista o aguardar do lado de fora e voltou para o quarto do hotel porque se lembrou que havia esquecido algo importante...
Foi encontrado duas horas depois caído no chão com um tiro no peito. O quarto estava trancado por dentro e o revólver era dele mesmo.
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Maria Bela.
Tal como o nome que ela tinha, assim era também a aparência dela.
Sentada na varanda, na cadeira de balanço de seu pai, ela ficava por horas, avistando o campo, e todas as tardes se balançava observando horizonte...
Um dia, montado em um cavalo, passou por ali um jovem peão forte e ligeiro. Maria ficou encantada e semanas depois foi também enlaçada de amor pelo estranho cavalheiro. Porém, como uma fera, tirou o homem a pureza da bela, foram noites e noites de descobertas para ela. Mas, durante uma madrugada fugiu o jovem sob tiros de espingarda. Era o pai da moça que há dias desconfiava que ladrões cercavam a casa. Anos depois, casava-se Maria com um banqueiro de aparência fina, pois, do seu amor secreto nunca mais teve notícias.
Na varanda, naquela mesma cadeira de balanço, ela continuava sentada por horas avistando campo. Seu pai se foi e há pouco tempo faleceu também o seu marido. Todas as tardes ela se balançava observando o horizonte, seus pensamentos pareciam vagar por terras longinquais, mas seus olhares nunca iam muito longe.
Hora sorria, hora silenciava... seus netos achavam que ela orava.