Farelo de pão
— Pai, entrou um negocio no meu olho e não quer sair, acho que é farelo de pão.
— De pão?
— É, pai, de pão. Tá incomodando muito...
— Vem cá, meu filho, deixa eu ver.
— Mas não assopra, pai.
— Não vou fazer isso, meu filho... Nossa, é bem grandão. Acho que só sai de um jeito: você tem que chorar.
— Mas eu não quero chorar, pai. E nem tô com vontade.
— Então eu te ajudo, filho...
— Não pai, o que o senhor vai fazer? Pra quê esse cinto? Larga isso! Ai... não... ai, para, pai...meu deus, me ajuda... Ta doendo... Nossa senhora. Saiu, pai, já saiu. Obrigadão!