Conto
A DISCÍPULA

Ele era um jovem professor de Literatura e ela uma péssima aluna tanto em disciplina quando em domínio de conteúdo:
- Deisy, se prepare senão você será reprovada; disse ele bem baixinho em seu ouvido.
Mas ela irreverente falou alto pra toda turma ouvir: - Professor você é casado? Não pode me reprovar já que estou apaixonada por você.
Ele respondeu fingindo que não ficou perturbado:
- Sou casado sim. E mesmo apaixonada por mim vai ser reprovada senão estudar. Se bem que será bem difÍcil já no final do ano você se recuperar. Precisava ser mais inteligente!
Ele mesmo não acreditou no que acabara de dizer. Que didática !
Ela pulou da cadeira com a provocação e respondeu: - Verás que não sou burra como pensas. Vou conquistar nota máxima, verás.
Ele sorriu irônico e respondeu: - Só um milagre!
Aconteceu o inprevisível. Ela tirou nota máxima supreendendo a toda turma.
Festa de São João na Faculdade: professores, alunos e alunas pra dança do coco, forró  e para quadrilha. Na composição, o Dirigente escolheu Daisy e Professor Ricardo como par. Escolha pelo altura.  Ambos eram de altura equivalente.
Ele aproveitou para parabenizar pela nota. Ela silenciou fazendo cara de descontente ( charminho) por ter que dançar com ele.
Começou o ensaio. Pares juntos de mãos dadas: gritou o dirigente.
- Epa, e vai ficar de cara emburrada, perguntou Ricardo.
- Só tenho essa cara Professor, repondeu malcriada.
Começou o ensaio. Ricardo sentiu-se peturbado com o cheiro dela. Depois com o toque de seus braços, mãos, do cabelo, dos passos pisando seus pés.
Depois começou a ver naquele sorriso lindo que agora se abria para a turma e como seu queixo fazia covinhas.
Agora ficou incomodado com as gracinhas que o aluno Raul dizia quando passava por ela.
- Ei se imponha, aquele cara fica caçoando e você  não se impõe, disse ele meio chateado! Ela sorriu e ficou mais provocante ainda.
Chegou a hora de dançar forró. Pôs a mão em sua cintura e ela enlaçou-o no pescoço.  A emoção foi tão forte que precisou respirar fundo para disfarçar.
Ele não resistiu à atração. Apertou-a mais forte. Ela leve, leve deixou-se apertar. Fez um gesto insinuoso com o quadril ele perturbou-se.
- Se não fosse casado, eu convidaria você pra ir ao terarraço longe desse povo todo, disse ela.
- Então me leva pois sou separado, respondeu ele mostrando satisfação com a saliência dela.
A noite linda,  uma lua enorme, o fogo do quentão queimando na veia de ambos. Subiu pra cabeça.
- Que lábios deliciosos, disse ele.
- Pode me beijar mais professor, disse ela com voz de fada.
Ele a touxe inteira para colar em seu corpo e beijaram-se longaente;
- Professor não era brincadeira minha, eu te amo mesmo!
- Ele afastou-a um pouco olhou-a nos olhos e perguntou baixinho: - Mesmo? Estranho, estou começando a adorar ouvir isso. Repete.
Mas ela náo repetiu porque seus lábios estavam retidos dentro da boca dele.
 
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Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 28/04/2017
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