AbrAço

As agruras pelas quais ele passou o fizeram mais sisudo, mais desafeito a abraços. Por isso quando a encontrava, fazia questão de estender-lhe a mão antes que ela lhe estendesse os braços, fazia questão de borrifar perfume na roupa a fim de que ela não precisasse se aproximar para cheirá-lo, como se isso bastasse para ela.

Quando um dia, distraído ao voltar da habitual caminhada, ele esbarrou com ela numa praça, ao acaso, esta não desperdiçou a chance de envolvê-lo como se fosse uma veste, deixou-o com o corpo trôpego e a alma sôfrega, fez com que ele abruptamente se esquecesse de sua agenda e de suas inquietações. Eles não sabem quanto tempo permaneceram colados naquele abraço, só sabem que foi o fim de um ciclo ruim e o início de uma felicidade perene.

Tchelo
Enviado por Tchelo em 11/01/2017
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