Passos arrastados aproximam-se do quarto.
— É vovó! Finja que dorme!...
— Já estava fingindo.
O trinco deu um estalo e a porta do quarto se abriu. Corina vê Emília embrulhada em panos de dormir. E o telefone fora do gancho, como se fora lançado com ímpeto ao chão.
— Não se ponha o sol sobre a tua ira.
— Conversando com nuvens roxeadas, minha filha?
— Não, vovó! A ligação caiu. O sol vai se pôr, daqui há pouco, e Emília vai dormir com raiva de mim.
— Amanhã pedirás desculpas a Emília!
— E se não houver amanhã. Se este for o último sol? Tenho medo do escuro!
—É preciso que o dia velho descanse e desperte renovado. É preciso que o galo cante três vezes para despertar o homem que dorme.
— Não deveria haver noite! Vultos vagueiam. Vampiros e lobisomem passeiam na escuridão!
— Isso é lenda!
***
Adalberto Lima - Estrada sem fim...
— É vovó! Finja que dorme!...
— Já estava fingindo.
O trinco deu um estalo e a porta do quarto se abriu. Corina vê Emília embrulhada em panos de dormir. E o telefone fora do gancho, como se fora lançado com ímpeto ao chão.
— Não se ponha o sol sobre a tua ira.
— Conversando com nuvens roxeadas, minha filha?
— Não, vovó! A ligação caiu. O sol vai se pôr, daqui há pouco, e Emília vai dormir com raiva de mim.
— Amanhã pedirás desculpas a Emília!
— E se não houver amanhã. Se este for o último sol? Tenho medo do escuro!
—É preciso que o dia velho descanse e desperte renovado. É preciso que o galo cante três vezes para despertar o homem que dorme.
— Não deveria haver noite! Vultos vagueiam. Vampiros e lobisomem passeiam na escuridão!
— Isso é lenda!
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Adalberto Lima - Estrada sem fim...