O CARMA DE CLARISSA
Mais uma vez — e sem reclamar —, Clarissa ouviu todas as lamentações do vento. Embora estivesse cansada da habitual ladainha, nunca deixara de nutrir compaixão pelo ar ressentido. Naquele fim de tarde chuvoso, logo depois que o vento foi embora, o eco se fez presente numa queixa sem fim:
— Que ventania intragável! Vive remoendo essa história chata. Essa história chata... Essa história chata... Essa história chata...
Clarissa soltou um longo suspiro, antes de retrucar:
— Devo ser a musa da mesmice.
— Que ventania intragável! Vive remoendo essa história chata. Essa história chata... Essa história chata... Essa história chata...
Clarissa soltou um longo suspiro, antes de retrucar:
— Devo ser a musa da mesmice.
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
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