Enfermidade
Tinha o hábito de colocar a cadeira na beira da estrada.
Ali espiava quem passava. Seguia-os com os olhos até a curva derradeira e também observava, lá ao longe, o futuro que se aproximava.
Ele sorria efusivamente e acenava ao transeunte que as vezes o cumprimentava.
E assim passava o tempo, atento ao movimento e quando esse maneirava, ele subia num pé de fruta pra enxergar um pouco mais da estrada.
Quantas horas desperdiçadas, uma aflição que lhe tirava o sono, a fome e também a mocidade. Um dia caiu doente, o doutor diagnosticou: A causa desse mal se chama ansiedade.
Cláudia Machado
1/10/16