Sob mascaras eu era.
O som alto abafava as vozes, como a máscara os rostos, naquela festa doida.
O convite veio com a recomendação da aniversariante de não reconhecer os seus convidados.
Procurei entre meus guardados e achei uma mascara branca,linda,muito antiga que usei numa peça de teatro,pintei meus cabelos,os prendi ,enfiei aquele vestido que nunca usaria em ocasiões normais.
Com uma cinta por baixo garantindo as curvas o coloquei... super vermelho ,justíssimo com decote que mostrava a alma,meias finas,um sapato verde altíssimo,batom vermelho,um perfume sensual e me vi irreconhecível ali,nos espelhos que rodeavam todo o salão.
Um homem de terno escuro,alto,com máscara negra e terno escuro, me abraçou por traz sem aviso,não resisti,juntos ficamos observando nossas imagens distorcidas, no espelho do teto por um longo momento.
Seu perfume delicioso e exitante invadiu minhas narinas,fazendo meu corpo arrepiar,me abandonei segura em seus braços fortes e gentis.
Não nos falamos,ficamos balançando lentamente ao sabor do som...
A intimidade foi acontecendo,o torpor do desejo nos tomou...ele me virou lentamente,enfiou os dedos pelo meus cabelos e guiou minha boca até a sua...e eu perdi o sentido da realidade,senti o orgasmo da carne,senti o amor da minha vida.
Uma louca dança nos separou e o levou para longe de mim,e eu fiquei ali sentindo o calor de sua boca,do seu corpo,nunca mais eu o vi ...
Coisas de Regina