Insônia
Tomei um comprimido para dormir. No tempo que tinha João não precisava de droga nenhuma. Dormia bem com o corpo cansado. Temo que o comprimido não faça efeito.
Outra noite saí da cama, eram duas horas da madrugada. Atravessei a rua, acordei a vizinha; bati na janela, ela abriu. Risco de ser confundida com ladrão — por que não o sou? Depois não dormi mais, presa no calabouço das torrentes que me agitavam.
Vou fazer o que bem entender de meu corpo inútil, meu único bem inalienável, ou meu mal...