ÚLTIMA PÉTALA

Seguia-a em meio à multidão encapotada. Meus velhos e surrados tênis desviavam das poças d'água, num balé nada gracioso, tentando não perdê-la. Quando a alcançamos éramos pouco que mais que um farrapo humano empapado por água e suor. Esbocei meu melhor sorriso e ergui as mãos: a última pétala de papel crepom mantinha -se presa ao suporte de arame.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 07/06/2016
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