à mesa
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puxei o tapete que pisavas e com três saltos mortais
caíste mesmo em frente de mim! pés com pés, fronte com fronte e
riso com riso.
era menu o teu olhar. pedi frutos-do-mar e sentei-me à mesa.
a fome era uma boca capaz de rachar crustáceos.
passou um dia, e nada! passou um mês, e nada! e tu
sempre ali, de prata vazia, inerte, já paisagem, com baixios pelo dorso, ou xaile em trapos!..
que
levei a mão ao queixo, a fingir-me esperto, e algo ímpar aconteceu!
finalmente, e digo-o sem reservas! .. sem embaraço! .. com cuecas aos pés! ..
eu pensava! mas..
mas
pensava com a outra cabeça!!
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