No Abismo
Magnólia foi empurrada para o sumidouro. Entorpecimento estúpido. O ar trazia a consistência mole e pegajosa da podridão. O corpo debatia-se contra o limo das paredes, despencando para o ambiente gelatinoso.
Seios arfantes, mãos atadas, a fobia da morte. A flor atolava na viscosidade fétida. Exausta, tentava encaminhar o pensamento para o simples, o ordinário, mas eram coisas que fugiam.
Desejava, apenas, uma trepadeira que lhe entrasse pelas cavidades do ouvido e se arrebentasse em flor na boca, nos olhos, no nariz, flores roxas, orvalhadas, como aquelas que cobriam o chão nas manhãs ...