Homonímia fatal!
Era homônimo de figura proeminente da história bíblica.
Desde a tenra idade, o filho do casal Caim e Avan sofreu na pele as agruras de ostentar aquele nome!
Foi SEMPRE um bom filho, um bom amigo, uma diferenciada espécie de ser humano, chegando a figurar no rol das pessoas do bem!
A bem da verdade foi por incontáveis vezes achincalhado e até proibido de manter interessantes amizades, por retaliação feita pelos pais de alguns (mas) amigos (as), somente por ostentar aquele nome.
Impuseram-lhe o apelido de Cajuvan, que era proveniente de uma junção de parte dos nomes dos componentes de sua família; e utilizando-se deste expediente ainda conseguia manter razoável, mais não muito próximo circulo de amizades.
Ostentando boa aparência, até que tinha certa aceitação pelas moçoilas, mantendo alguns relacionamentos que eram muito efêmeros, creditando ele próprio ao fato de ao saberem seu verdadeiro nome, as interessadas perderem o interesse por sua pessoa!
Já adulto, mantendo desta feita um razoável relacionamento, resolveram as duas partes unirem-se em matrimônio! Como manda o figurino, Cajuvan dirigiu-se à casa da pretendida com o fito de solicitar autorização para assumirem um noivado com breve casamento. Porém, quando se apresentou com seu verdadeiro nome (que nem a pretendida ainda conhecia...), foi praticamente escorraçado, o que lhe causou um tremendo constrangimento e muita dor interior!
Como diz parte de uma letra de um sucesso musical executado por muito tempo ‘nas ondas do rádio’, Cajuvan levantou-se, sacudiu a poeira e deu a volta por cima, seguindo sua vida de trabalhador honesto, responsável, possuidor de ética, moral, bons costumes e tudo o que o faziam um perfeito gente do bem!
O tempo inexorável passou! Cajuvan já não tinha os pais, já falecidos! Parentes eram poucos e o que restavam, pareciam que o evitavam, principalmente após o passamento de seus genitores!
Em seu leito de morte, cercado apenas por alguns amigos fieis que conquistou ao longo de sua vida, um livro aberto para quem quisesse tomar conhecimento de sua história, em seus últimos momentos, para surpresa e até alguma alegria de alguns dos sinceros amigos que lhe davam apoio, Cajuvan fixou seu olhar para o alto, como se estivesse observando algo ou alguém, esboçou um tristonho mas evidente sorriso, suspirou profundamente e expirou!
Foi a visão final que restou aos amigos, do injustiçado JUDAS!