FUNERAL
Mércia não queria acreditar que estava diante do corpo inerte de Plínio, pois ele transpirava um vigor quase eterno e insano, como era seu desprezo para com todos à sua volta.
De repente, estava ele ali sem viço, sem vida e sem maldade, servindo de espetáculo para os poucos que, como eu, se aventuraram a participar do velório naquela tarde chuvosa.
O silêncio denso era enganoso. Todos ali tinham, por trás dos óculos escuros, o pensamento fervilhando em torno das posses que aquele solteirão abastado deixara.
Ela abriu seu guarda-chuvas e balbuciou Mateus 8 - versículo 22.
Havia proferido sua prece do dia!