O Retorno
O sol já se escondia... Tinha sido um exaustivo dia de trabalho.
De volta para casa, adentrando o ônibus (desses último tipo, intermunicipais), tudo o que desejava era relaxar. Conseguiu um assento duplo livre – “um bom prenúncio”, considerou – indício de uma confortável e repousante viagem pelos próximos 80 minutos.
De fato, havia menos passageiros que o habitual, naquele fim de tarde, confirmando suas primeiras expectativas quanto à uma viagem tranquila.
A duas fileiras atrás, notou uma bela e elegante jovem, concentrada, trocando textos. “Melhor assim” – pensou – pois nada seria mais irritante que aturar alguém discursando um monólogo infindável no celular.
Acomodou-se em seu assento, fechou os olhos e deu um profundo suspiro... Imediatamente, a jovem mulher começou a falar ao telefone – ininterruptamente.