SONHO
- Lester, acorde, meu filho!
O moleque tentou abrir um dos olhos com extrema preguiça e a névoa sonolenta trancou-o. Resmungou algo que só a mãe entendeu. Na cozinha o marido, apressado, praticamente jogou a xícara sobre a pia. Despediu-se já apertando o botão do elevador. Ela trancou a porta e, embevecida, cerrou os olhos. A melodia vinda do quarto do filho enfeitiçou-na. Mais uma vez. “Prisoner of Love”. Era como chegar até Deus num solo de sax ritmado e calmo.
- Ainda serei um dos grandes, mãe!
- Levante-se. A escola te espera.
Intimamente ela riu. Tomara, sussurrou para si mesma.