Se joga!

No terraço de um arranha-céu, ela estava criando coragem...,

- PULE...

(Gritavam alguns)

- NÃO CONSIGO...

(Respondia da beira)

Muitas coisas passavam pela sua cabeça..., O que seria dela, daquele momento em diante? O tempo passou tão rápido, tantos medos, preocupações..., saudades da época que ficava debaixo das asas de sua mãe, quando ela lhe protegia, quando ela lhe cuidava..., e agora estava lá, na beira de um prédio gigantesco, olhando para uma imensidão sem fim, sem limites..., O que será que vai acontecer?

- PULE...

(Gritavam mais alto)

- NÃO DÁ, ESTOU COM MEDO...

(Respondia com a voz toda embargada)

Mas enquanto devaneava, não percebeu que sua mãe se aproximava suavemente atrás dela...

E como uma ave de rapina, chegou bem próximo e lhe deu um empurrãozinho...

- VOOOAA FILHA, VOA...

E lá se foi a pombinha toda desengonçada, mexendo suas asas como doida, achando que tudo estava acabado, que o seu tempo se esgotou, que a vida era injusta, que nada fazia sentido...,

E foi aí que se viu obrigada a colocar a cabeça no lugar, então se acalmou, amadureceu... , se aprumou, abriu bem suas asas e agora de olhos bem abertos, se surpreendeu ao perceber que estava voando...

Agora a pequena pombinha estava crescida e o céu..., passou a ser o seu limite!

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