COISAS DA VIDA

Ele, delicado, calmo, compreensivo por natureza, não era do tipo  capaz de matar a mulher e ir  pro cinema; mas,  ela,  pavio curto, explosiva, nunca media suas palavras e um dia sim, outro também, viam-se envolvidos em discussões gratuitas surgidas do nada. Ontem, ele virou a mesa, arrumou a mala, pôs dentro o seu amor, sua paciência, os seus modos delicados, sua compreensão, apagou a luz e partiu sem olhar pra trás nem dizer adeus.

Ela? Me telefonou, apenas surpresa,  simplesmente disse: ele se foi. Respondi: eu sei. E Olhando para uma mala desfeita, sorri e fiz  carinho para alguém deitado ao meu lado. Coisas da vida...
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 21/09/2015
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