PEQUENO RELATO DE UM FANTASMA
"Minha vida? Sei lá da minha vida que, muitas vezes, parece-me a mais pura das fantasmagorias e eu o fantasma-mor deste meu "reino". Bem, é preciso seguir, fantasma de si mesmo, fantasma de mim mesma, ou não. Fora eu um mero fake, seria muito mais simples. Não sou nenhum fake, não. Eu tenho alguém que depende de mim para existir e esse alguém é de carne e osso. Essa presença, enquanto existir, me garante uma razão palpável e efetiva para existir. Eu mesma não me sou razão suficiente e é tarde demais para desfazer equívocos que à minha revelia e por minha omissão causaram danos, não apenas em um único lugar da vida, que outros danos alhures e algures foram causados, inadvertidamente em sua quase totalidade, por alguém que é ninguém, que sempre foi ninguém : eu. É tarde demais. Um dia nasci, eis tudo. Um dia morrerei, eis tudo. Do "recheio" que se chama minha vida, nada sei dizer. Sei que não tenho o direito de me perder na loucura, por isso mantenho a "sanidade" possível, a sanidade mínima que consigo manter, aqui e em toda parte, essa cigana de si mesma imóvel, como uma árvore jamais batida pelos ventos, talvez para sua sorte. Para sua sorte, com toda a certeza. Que os ventos permaneçam do lado de fora, mas, poupem a minha paineira, que me é presença sagrada, há mais de 25 anos na minha vida, tempo em que o Recanto certamente não existia... Paineira mais antiga do que muitos de nós... do que muitos de nós..."
Acordei com vontade de escrever essa historinha. Qualquer semelhança com o real será mera coincidência. Um poeta norte-americano escreveu certa vez: "Language is a virus". E eu concordo: A Linguagem é um vírus, um vírus, porque nascemos a tal espécie Homo Sapiens... sapiens... Ai ai ai ai, Deus dos aflitos. E somos todos inocentes. Todos, todos, todos. Eu, inclusive.
Bom dia, amigos.
Acordei com vontade de escrever essa historinha. Qualquer semelhança com o real será mera coincidência. Um poeta norte-americano escreveu certa vez: "Language is a virus". E eu concordo: A Linguagem é um vírus, um vírus, porque nascemos a tal espécie Homo Sapiens... sapiens... Ai ai ai ai, Deus dos aflitos. E somos todos inocentes. Todos, todos, todos. Eu, inclusive.
Bom dia, amigos.