O SUMIÇO DO CONTROVERTIDO ARMANDO - A Saga de Armando Cap. 05.
(Este conto é mais um capítulo da saga de Armando e suas mulheres. Para melhor compreensão do conto, leia na sequência - Helena No Espaço , A Mulher Quente, O Grande Truque de Irina, e O Misterioso Sr. A.)
O SUMIÇO DO CONTROVERTIDO ARMANDO
Foi no Café Crioulo o último dia em que estiveram juntos. Armando escolheu alguns tangos no velho Jukebox e tirou cada uma delas para dançar, e nisso as três mulheres concordavam, mas apenas nisso.
O delegado coçava a cabeça lisa e pedia para repetirem as histórias, uma de cada vez, mas nenhum depoimento ficava igual ao outro.
- Armando é carioca, filho de um industrial e de uma dona de casa polonesa, por isso aqueles olhos azuis irresistíveis – Dizia Helena, categórica, acendendo, charmosamente, seu cigarro turco, e fazendo a sala se encher de uma fumaça azul muito fina, enquanto cruzava as longas pernas.
O policial mandou entrar a segunda mulher, uma ruiva natural segurando um leque, e apertando a bolsa azul contra o quadril.
- Armando nasceu em Salvador. Foi criado no terreiro da Mãe Nezinha. Cozinha um bobó de camarão que ninguém imita e usa dez guias no pescoço, tenho certeza.
- Que nada! - Falou Irina com seu sotaque ucraniano, aparecendo na porta do gabinete – Armando “serr” “cearenso”, “cabro do pesta”, “comedor da rapaduro”.
Nenhuma das três sabia onde o rapaz morava, só tinham dele um número de celular e uma mesma versão para o desaparecimento:
Depois do tango, o rapaz falou que ia ao banheiro, e lá se demorou por muito tempo. Como não voltava, Roxanne havia pedido ao garçom para ir dar um olhada. Armando havia sumido.
A porta do banheiro estava entreaberta. Da janela entrava a luz fracionada de um poste. As toalhas estavam jogadas pelo chão e sobre a pia uma solitária rosa vermelha era a única pista...