a maldição do samba

Contavam aos netos que certa vez viviam entre as matas e os mitos. abaixo das constelações e do infinito. Em respeito as estrelas acendiam fogueiras para não deixar que a escuridão dominasse o universo e ao redor delas contavam histórias sobre os ancestrais que agora eram deuses e usavam estrelas como fogueiras celestes. Durante o dia caçavam os irmãos animais e a esses faziam homenagens e prostravam-se diante de antílopes e babuínos mortos que os alimentavam e por eles oravam e só retiravam das matas aquilo que necessitavam para acabar com a fome e a miséria. A noite, fogueira, batuque e dança para agradecer a vida.

Um dia chegou uma gente estranha. eles eram pálidos, doentes, cobriam o corpo com vergonha e traziam maldade no olhar. Essa gente tinha dominado o fogo da morte e da desgraça. carregaram o povo da mata através de um rio sem margens e foram levados para outra terra distante.

O povo da mata mesmo triste, quando a noite chegava, batucava e dançava, aquelas pessoas doentes e pálidas nunca entenderam e o povo da mata e da savana agora apanhava por que era feliz e não se rendia a tristeza. Foi então que iniciaram um batuque numa madeira e deram a ela o nome de macumba, fazia um som gostoso e os pés da gente estranha e doente começou a coçar, era a maldição do samba, a vingança do povo da terra antiga, nunca mais a vida foi a mesma depois daquilo. Oxalá salve a alegria e que a tristeza dure apenas o tempo que tiver de durar.

daniel mafra
Enviado por daniel mafra em 22/07/2015
Reeditado em 22/07/2015
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