O CASO DO SENHOR H
 
 
 
Horácio surpreendeu a secretária ao chegar antes do previsto no escritório. Judite sorriu, sem graça, despedindo-se da irmã ao telefone. Por um instante, o detetive parou na porta de sua sala, e de costas para a funcionária, disparou:

— Preciso de um café.

— Vou levar uma xícara agora mesmo.

Ele corrigiu:

— Traga o bule.

Uma hora depois, Horácio estava diante de seu novo cliente: o senhor H vestia roupas brancas e a julgar o visível abatimento em seu semblante, aquele homem não deveria ter dormido nos últimos dois dias.  Sem rodeios, o médico contou sua história. Há seis meses ele perdera a esposa num acidente de carro. Ao desfazer-se dos objetos de sua mulher, descobriu uma série de cartas que ela recebera do amante. O senhor H queria saber quem era aquele homem.

Três semanas mais tarde, Horácio entregou ao seu cliente a ficha completa do tal sujeito: quarenta e dois anos, arquiteto, casado e sem filhos. As fotos do casal estavam espalhadas sobre a mesa. O médico observou uma a uma, prestando particular atenção à mulher do arquiteto. Ela parecia feliz ao lado de seu marido infiel. O senhor H sorriu satisfeito.

— Que bela esposa! Será que ela gosta de cartas de amor?

 
 
(*) IMAGEM: Google
 
Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 02/07/2015
Código do texto: T5297313
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.