a canção
Marimbondos em trajes de samurai consumiam os restos de uma laranja na estrada ao som lânguido de cítaras em bojos de cigarras. Tarde bucólica, desapressada. Um rugido chega de longe e se aproxima veloz. Insensível e cego, um carro apressado muda o universo em segundos. Esfacelada a fruta, esmagados os guerreiros. A borboleta monarca foi reduzida a manteiga colada num para-choque. Distantes, as cigarras cantavam a canção única e perfeita: servia tanto a vida quanto a morte