Relógio
Dia pesado no escritório, nada dava certo. As horas ora se arrastavam, ora dilatavam-se, encurtavam instáveis feito ondas num oceano traiçoeiro. Encostou-se na cadeira, pôs as mãos na nuca e observou o relógio da parede sem piscar os olhos. Abriu na boca um sorriso messiânico e enigmático. Girou a cadeira e disse ao colega vizinho de mesa: tenho uma coisa boa e outra ruim para lhe dizer. O que foi, replicou o outro, preso em duas ligações e um E-mail no notebook. A boa é que falta só uma hora pra ir embora. E a ruim? Ainda falta uma hora pra ir embora.