Mais um

O menino guardou no peito a lembrança de casa. Sozinho, levava apenas memórias, não exatamente felizes, mas suas memórias.

Pelo seu rosto percebia que o tempo passara... de menino tinha, somente, o coração.

Na mala levava saudades, alguns momentos e solidão.

Tinha na mão uma flor murcha, que um dia planejara dar...

Ninguém sabia seu nome... talvez ele soubesse, ou já esquecera.

Coisas são esquecidas, deixadas para lá, guardadas e chaveadas, e quando se percebe estão empoeiradas.

O menino não chorava, não ria, não pensava. Ele sobrevivia ao seu tempo, esperando o relógio indicar o fim de sua hora.

Sabrina Crisóstomo
Enviado por Sabrina Crisóstomo em 27/04/2015
Reeditado em 26/07/2017
Código do texto: T5221748
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