cavalo indomável
Na solidão escura do lar, o medo ainda sim sempre lhe visitava, às quatro paredes e fechaduras duas vezes trancafiadas em todas as portas. Morria de medo. Morria aos poucos só de pensar nos seus medos. Morria inerte de tudo o que lhe amendrontava. Pensou em tirar todo o medo de si, pulou a altura impensada, brigou com o cara mais violento do colégio, atravessou a avenida veloz em caminhada tranquila ao som do alerta das buzinas e assim machucou-se quase que mortalmente, entrou em coma. Descobriu que o medo lhe era útil, lhe fazia sofrer entretanto lhe mantia no mundo. Por último decidiu dominar o medo, selou o cavalo indomável segundo a lei do tudo ou nada. Assim domesticado, dono do medo, comprou uma arma, o medo lhe pertencia, agora indestrutível, nada mais podia mata-lo, ele é quem matava agora