Morte lenta
A incerteza está parada na porta do meu quarto. Um vulto invisível que me impede de transpô-la. Encaro de frente o que não posso ver, e nem tenho forças para enfrentar; o medo me consome e me estremece. Dentro de mim um desejo absurdo de correr livre pelas ruas sujas da cidade, mas nós duas sabemos, a incerteza e eu, que vamos continuar nesse pé. Ela me vigia, e eu me submeto ao poder de sua ameaça. A incerteza me consome, e aos poucos, não vai sobrar Eu para ser eu mesma.