ELA
Janice lia romances em profusão, mas não se permitia sonhos e nem devaneios literários. Permitia que Álvaro ocupasse apenas os arrabaldes de sua vida. Visitava-a três vezes por semana. Pernas entreabertas, Janice permitia o contato furtivo daquelas mãos bem cuidadas. Amavam-se em prazeres sacudidos sobre o frio chão da sala. Após, comiam sanduíches de pão australiano com frios.
Numa das idas ao elevador para acompanhá-lo, cruzou olhares com uma vizinha de andar; ela tinha mãos muito delicadas.