ELA

Janice lia romances em profusão, mas não se permitia sonhos e nem devaneios literários. Permitia que Álvaro ocupasse apenas os arrabaldes de sua vida. Visitava-a três vezes por semana. Pernas entreabertas, Janice permitia o contato furtivo daquelas mãos bem cuidadas. Amavam-se em prazeres sacudidos sobre o frio chão da sala. Após, comiam sanduíches de pão australiano com frios.

Numa das idas ao elevador para acompanhá-lo, cruzou olhares com uma vizinha de andar; ela tinha mãos muito delicadas.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 24/02/2015
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