A paz invadida
E então, tinha um intruso no meu maço de cigarro. Em meio aos meus pregos mentolados, restava um Hollywood vermelho. A cabeça marrom em meio aos de cabeça branca, destoando em cor e sabor. Acendi com meu isqueiro e dei o primeiro trago. Ele tinha trocado fluídos com seus vizinhos, pude sentir na língua a refrescância da menta. Olhando para a ponta vermelha consumindo-se em si mesma e a fumaça que me rodeia, penso que a solidão que me consome é a mesma que me faz viver. Quando o cigarro queima meus lábios, sei que é hora de desfazer-me dele, jogo-o pelas escadas, desce rolando. Eu vou junto.