BRAÇOS VAZIOS
Confesso! A guitarra, aquele solo prolongado de guitarra e a voz rouca do blues man hipnotizaram-me. Passei a temer cada móvel e cada objeto daquela sala. Fosse um abajur, fosse um sofá. Temi a escuridão quando um raio fez a lâmpada vacilar. Olhei para o cesto e o bebê dormia profundamente. Passei a temê-lo também. O clarão de outro raio deixou-me entrever um laivo de sorriso satânico naquele rosto nada inocente.