ALMA DERRETIDA

Ela sabia, intuitivamente, ela sabia, que cada lágrima que derramava, era sua alma se derretendo.
Por isso, guardava cada lágrima, uma a uma, uma após a outra.
Num jarro muito antigo, ela esmagava entre os dedos finos e macios, pétalas de cravos e jasmins, e com o sumo, perfumava cada gota de lágrima, que sua alma vertia.
E num ritual de seus ancestrais, que vinha de priscas eras, ela ungia a fronte das pessoas que amava.
Nesse ato de generosidade, abria mão de sua alma por puro amor.


(Imagem: Lenapena- Poente, Est River/NY)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 30/11/2014
Reeditado em 30/11/2014
Código do texto: T5053687
Classificação de conteúdo: seguro