Chá de Okohi
Tinha gosto de sábado a tarde, mas ainda era segunda-feira de manhã. O café estava meio fraco meio forte, talvez porque estivesse decidido e ao mesmo tempo indeciso. O sol parecia fora de posição e ao andar pela rua tinha a sensação de que as pessoas o encaravam e diziam: O que vais fazer? Não é fácil. Alguém de fora pode até pensar que decisão não é assim tão grave a ponto de mudar os destinos do país ou ainda fazer o Vladimir Putin mudar de ideia. Mas com um pouco de sensibilidade perceberá que decisão não é tão insignificante como as diversas formas de se lavar um prato sujo do almoço. Sem delongas! Ele está diante da pessoa para quem ele deve anunciar sua decisão. É simples. Uma palavra. Pediu um chá. Foi inquirido: Então? Tomou a decisão então, deu uma bicada no chá, e o sabor o fez subir aos céus. É Okohi, do nordeste da China, disse a pessoa. Surpreendido tomou a decisão contrária a que tinha tomado. Explicação? Nenhuma. É fora do comum. Sem lógica, sem ciência. Efeito do chá? Então? repetiu a pessoa. Eu sou quem você procura. Eu vou...