ASILO LISÉRGICO
Doses do medicamento à base de codeína prometiam liberá-lo das vastas dores físicas. Acomodou-se na poltrona e, sonolento, pensou ver desfilar doses generosas dos amores que desprezara, dos sorrisos já longínquos daquelas musas de fotografias desbotadas que guardava. Deleitou-se na indolência medicamentosa até ser acordado pela cuidadora que, profissional, advertia-o da próxima dose.