A oportunidade
nem esquentou a cadeira na padaria. Esqueceu do expresso e o pão com manteiga na chapa. Folheando algumas páginas descobriu uma oportunidade e era ali próximo. Precisava partir imediatamente. O atendente amaldiçoou a fuga:bom, se não pagou ao menos não consumiu. Eram algumas quadras dali, foi a pé. Da esquina avistou pequena multidão em frente a casa indicada, entrou. Passou as mãos no rosto, apertou os cantos dos olhos com os dedos e começou a chorar intensamente cascatas de lágrimas . Aos prantos falava o nome do falecido várias vezes diante do caixão, quis abraça-lo, beija-lo mas foi contido. As pessoas silenciaram para observar a cena com estranheza. Ele notou, de soslaio. Demorou a perceber: o velório era um dos postados nas notas de falecimento mas não era o do Batista, era do Salgado. Que importava o nome do falecido?! ele queria mesmo era chorar