Sublimação

"Rita, quando nos conhecemos eu já ia pro bar!". ela ouviu as lamentações, mas a pequenina alemã parecia inflexível, distante. lavava a louça e a frieza não se sabia se vinha da torneira ou do seu coracão. "Eu preciso de um homem casado, Ernesto". "homem casado? você quer um santo!" já esbraveja Ernesto. Delicada, levantou com ares de ironia apenas uma das sobrancelhas finas, telhados delicados dos seus já diabólicos olhos azuis: aprovou a idéia. Não conversaram depois do banho, nem depois da janta. á noite, o luar desenhou um arco invisível sobre a cidade, alcançou o outro lado do horizonte aonde o sol já desenhava alguns edifícios. Quando ela levantou para os serviços de casa, Ernesto já havia ido para trabalhar faziam algumas horas. em cima da mesa da cozinha Havia sobre a mesa uma grande estátua de Santo Antônio, embaixo dela um bilhete escrito a mão, letras tortas e garrafais: em nome do meu amor por você, esse agora sou eu, espero que me aproveite" Rita de cássia fischer Riu com vontade e malévola, beijou a boca do santo