O fusca branco
Dia das mães, pensar em minha mãe dói. Procuro encontrar momentos felizes daquele período.
Recuo um bom tempo. Um tempo em que meu tio, irmão da minha mãe possuía um fusquinha branco.
Meu tio resolveu que nós, as crianças, precisávamos conhecer mais o mundo. Naquele tempo, nosso mundo se resumia em casa, escola, a vila onde nós brincávamos. Então em quase todos os finais de semana, ele, minha mãe e as oito crianças - sim oito! Eu e minhas irmãs, somos em quatro; mais as três primas e o Jack - o único varão, todos dentro daquele carrão! Algumas vezes, levávamos também o Laércio, filho da minha madrinha, menino da mesma idade do Jack.
Em um raio de 150 quilometros partindo de São Paulo conhecemos praticamente todas as cidades, as atrações turísticas e suas praças.
Fazíamos picnics nas praças!
E todo mundo achava que éramos apenas uma família - pai, mãe, aquela penca de filhas e o bendito fruto. Imagine a cena... aquele bando saindo de um fusquinha!
Meu pai trabalhava em outro estado, minha tia trabalhava nos finais de semana mas preparava e embrulhava os lanches para as nossas jornadas e minha mãe comprava um engradado de guaraná caçula.
Pena que só o meu pai possuía máquina fotográfica. Os registros ficaram apenas nas nossas memórias.
Hoje, quando nos encontramos em reuniões familiares e relembramos desses passeios, soltamos gargalhadas e a moçada(os filhos) não acredita.
Não sei como aguentávamos aquele aperto, o desconforto...naquele tempo nem reclamávamos, era tão gostoso passear.
. Mini crônica de um tempo.