Na estrada
O vento que adentrava a janela do carro fazia o seu cabelo dançar ao redor da cabeça, e enquanto essa dança acontecia, ela apenas pensava nele, ao mesmo tempo em que observava as maravilhas da natureza. Em cada uma dessas belezas ela via um “pedaço” daquele rapaz... Legião tocava no carro – na viagem de ida e de volta, tiveram uma overdose das essências de Renato, das almas de Russo. Cantavam: ela, o seu pai e a sua mais nova irmã, os três em uma sintonia nada harmônica, mas ainda assim uma sintonia. E nas palavras que diziam sobre o sol bater na janela do teu quarto, pra lembrar e ver – neste momento – que o caminho é apenas um, Ana desejou profundamente que ela fosse esse caminho, ou que ao menos estivesse em boa parte dele. Desejou tanto isso que não foi possível colocar em palavras. Ela respirou profundamente, e o sentiu com tudo o que ela é. Permitiu assim que sua mente embalasse, flutuasse; assim como os seus cabelos, assim como aquela maré.