Quaresmeira.
Sentada no banco de madeira antigo,carunchado,cheio de marcas pelos tombos, tempo de vida ,como ela,observa calmamente os morros altos a perder de vista cercando a sua frente.
Esquadrinha cada metro quadrado deles com olhos da imaginação...
Quantos séculos de vida passaram paradas ali naquelas matas que trocavam vestimentas a cada clima entre as estações...
Quantas vidas já vieram e se foram,viram a cidade crescer ao seu redor e quantas vezes viram partir e voltar, nesse mesmo lugar.
A paisagem hoje parecia diferente,diferentes de todos os outros anos em que as quaresmeiras coloriam suas copas com flores variando do rosa aos roxos iluminados, próximo a Pascoa...
Ela partiria e não mais veria o morro todo colorido que por aquelas horas do dia, com o topo coberto de nuvens brancas, parecia uma noiva,vestida de rosa arroxeada indo de encontro ao seu amado...destino.