DEIXANDO MARCAS NA SOCIEDADE
A família toda reunida conversa na sala, mas, vem Aninha, com um lápis e folha na mão.
-Hoje na escola, a professora falou sobre a marca que pessoas deixaram na história. Bom, os homens das pedras desenhavam em paredes de cavernas suas atividades diárias para serem lebrados; os pintores deixam suas artes; os guerreiros deixam suas lutas; Leonardo da Vinci deixou Monalisa, enfim. E meu dever de casa é ouvir de vocês, o que vão deixar para a sociedade lembrar de vocês?
Ela começa a interrogar um por um, começando pelo tio Beto:
-Tio Beto, o que o senhor vai deixar para lembrarem de você?
-Vou deixar uma medalha de ouro que ganhei lutando kung fu.
- Não era de bronze? Tia Marta!?
-Eu, vou deixar a melhor tapioca já feita em toda a história da humanidade!
-mentira! E a senhora mamãe?
-Vou deixar os meus livros de receitas.
-Tio Michael?
-Eu vou deixar uma fazenda, duas casas beira-mar, um apartamento em Hong Kong e uma mulher viúva.
-Papai?
-Eu vou deixar saudades.
- Não vai não! Irmão Jorge?
-Eu vou deixar um chefe furioso!
-Prima Clara?
-Eu vou deixar um cd de country que eu mesa gravei!
- Aquele eu já joguei no lixo!
Enfim, chega a vez da pessoa mais inteligente da casa: o vovô Mário, coitado, já estava cochilando na cadeira de balanço.
-Vovô, e o senhor? O que vai deixar para a sociedade?
-Eu vou deixar uma única coisa que eu tenho, muito valiosa e muito especial.
-O quê?
-Nada!
-Vai deixar nada?
-Claro! Acha que se eu tivesse algo eu iria deixar? Dane-se a sociedade.