A primeira noite
Nossa primeira manhã na fazenda encontrou o quarto mudado. A cama parecia uma desordem, campo de batalha, lençol em trouxa, travesseiro no chão. Viramos um só, e durante anos era assim que as manhãs nos encontravam. A cunhã que arrumava a casa não punha censura nem fazia reparo, para ela bastava ver seu menino de vela solta, navegando longe em mar de alegria, minha bússola a minha mulher. Naquele navegar, filho, cabeça minha não tinha tino para lembrar que todo mar, existido ou imaginado, já sofreu castigo de tempestade.