Sem versos
e sem rimas...
Fico olhando para o tempo, através do vidro da janela.
Tempo cinzento, de tons pincelados, esmaecidos, vários verdes, toques de ocres...sem a exuberância das cores floridas.
Vejo o movimento das folhagens, ouço os estalos dos caules, penso em quadros impressionistas.
Fico parada olhando o tempo passar.
Escuto o som do apito da chaleira, do bater das porcelanas e sinto o aroma de café fresco invadindo o ambiente.
...Te sinto nas minhas costas, em silêncio solidário.
Um beijo na nuca, afago nos braços, um pedido sussurrado...
E assim, me despeço da minha tela, agora não tão cinzenta, algo prateada, com toques dourados, uma fresta de sol no fim da tarde.
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