Tudo acabou se estreitando.
 
Desde cedo ele recebeu presentes, mas não ligou para quem os dava. Queria mais e mais. Nunca pensou em conceder alguma coisa para as pessoas que sempre estavam por perto. Somente pensava nele. Vivia no seu mundo de privilégios. Usava os seus atrevimentos para se vangloriar. Fazia o que dava na sua cabeça e, quando algo dava errado, não se importava. Sempre contava com a ajuda de alguém. O tempo foi passando, desprezou quem muito lhe amou. Tentou edificar a morada de sua felicidade. Mas, como se achava o todo-poderoso, não queria ninguém por perto. Assim, foi se fechando dentro de si mesmo, suas mordomias foram se rareando e os poucos amigos sumiram. Suas alegrias mudaram de cor, adquiriram os tons sombrios de uma solidão. Hoje não sabe explicar como, porém sente que vive num beco sem saída.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 17/10/2013
Reeditado em 31/10/2016
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