Sempre assim

Era incrível, mas era sempre assim. Acordava cedo, ia direto para a cozinha preparar seu café. Precisava dele para começar o dia. Depois disso feito, aproximava-se da janela e ficava longos minutos a olhar para o jardim. Nesse momento sua mente viajava para fora dos limites que as paredes formavam. O desejo de tornar-se parte do dia, como uma planta, vento, flor, nuvem, ou mesmo um ínfimo grão de poeira tomava conta de si. Ficava ali, como numa vitrina, observando e desejando aquilo que possuía, mas nunca percebera como tal. Sua mente vivia envolvida com o trabalho e as funções domésticas que deveriam ser executadas sempre.

Não se dera conta de que a vida não estava só lá fora, a vida estava em todos os pontos e o que ela deveria fazer para tornar-se o que queria era simplesmente abrir a porta.